(1992) MacMILLAN Concerto para percussão "Veni, Veni, Emmanuel"

Veni, Veni, Emmanuel - Concerto for percussion and orchestra 

Compositor: James MacMillan 
Data da composição: 1991/1992 
Estréia: 10 de agosto de 1992 - Royal Albert Hall, Londres, com Evelyn Glennie como solista, a Scottish Chamber Orchestra regida por Jukka-Pekka Saraste 

Duração: cerca de 26 minutos 

Efetivos: [solo de percussão] 2 tam-tam, 2 tambores laterais, 2 congas, 6 tom-tom, 2 tímbales, 1 tambor-baixo de pedal, 6 gongos chineses, 6 blocos sonoros de madeira, 2 blocos sonoros longos de madeira, 2 sinos-de-vaca, 1 marimba, 1 par de pratos grandes, 1 conjunto de pratos-de-bateria, sinos tubulares; 
Efetivos: [a orquestra] 2 flautas, 1 flauta-piccolo, 2 oboés, 1 corne-inglês, 2 clarinetas, 1 clarineta-baixo, 2 fagotes, 1 contra-fagote, 2 trompas, 2 trompetes, 2 trombones, 1 trombone-baixo, tímpanos, 8 primeiros-violinos, 6 segundos-violinos, 4 violas, 4 violoncelos, 2 contra-baixos 

MacMillan cria seu Primeiro Concerto para percussão tendo como inspiração o Advento, a "chegada", o primeiro tempo do Ano litúrgico, que antecede o Natal. Um tempo de expectativa e alegria para os cristãos, no qual os fiéis, esperando o nascimento de Jesus, vivem o arrependimento. Evocando, através do diálogo da percussão com a orquestra, o sôfrego ritmo dos batimentos cardíacos — que, segundo ele, materializam a presença humana do Cristo —, o autor foi buscar no Evangelho de São Lucas sua força motriz: "E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível estrondo do mar e das ondas. Muitas pessoas desmaiarão de terror, preocupadas com o que estará sobrevindo às populações do mundo, pois os poderes do espaço sideral serão abalados".

A estruturação da obra se baseia no cantochão do século XII "Veni, Veni, Emmanuel" e seu clímax dramático se dá na parte central, quando as sonoridades buscam mimetizar o "Gaude, Gaude!" (regozijemos, regozijemos!) do tradicional hino gregoriano, mas não caindo no efeito fácil de tentar representar a alegria desta exaltação, mas sim trazendo a calma meditativa que só a paz espiritual pode alcançar. A peça tem oito movimentos que se encadeiam em três grandes partes, as duas externas mais rápidas e curtas e a central mais lenta e longa. 

MacMillan, homem de evidente devoção religiosa e defensor de posicionamentos de esquerda, consegue uma comunicação rara com o público. Sem se deixar seduzir pelo minimalismo (que garantiu a músicos como Philip Glass, Arvo Pärt e Steve Reich a aceitação de suas obras), ele busca uma sedução quase sensual do ouvinte. 

© RAFAEL FONSECA



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