(1783) HAYDN Concerto para piano n. 11

Compositor: Joseph Haydn
Número de catálogo: Hob XVIII:11
Data da composição: por volta de 1783
Estréia: ?

Duração: cerca de 20 minutos
Efetivo: piano solista; 2 oboés, 2 trompas, as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contrabaixos)

Haydn escreveu, ao longo da vida, cerca de 60 Concertos, sendo ao menos 12 para o teclado (cravo ou piano), mas a maioria das partituras dessas obras desapareceu em incêndios casualmente simultâneos em sua casa em Viena e na Biblioteca do Palácio Esterházy onde ele trabalhou na primeira fase de sua carreira. Portanto hoje nos sobram pouquíssimos concertos de Haydn — que não tiveram a sorte de sua Sinfonias, editadas e copiadas por toda Europa, permanecendo todo o conjunto de mais de 100 conhecidas na posteridade.

O Concerto de número 11 é o que traz as mais belas melodias e certamente terá sofrido influências dos Concertos para piano de um colega mais jovem, porém muito prolífico: Mozart, seu dialeto amigo.

I. Vivace (Vivo) — cerca de 8 minutos
O primeiro movimento marca a diferença fundamental entre esses dois Clássicos que foram contemporâneos: enquanto em Mozart há uma profusão de idéias melódicas e a sensação de ebulição, Haydn é elegante, sucinto, em domínio absoluto da forma. Outro destaque seria para o sabor italiano que se percebe no colega mais jovem, enquanto em Haydn há um gosto exclusivamente austríaco. Como em tudo que ele escreveu, da simplicidade — a começar pelo efetivo orquestral reduzido — ele extrai música muito consistente.

II. Un poco adagio (Um pouco devagar) — cerca de 7 minutos
Uma página beleza simples, de caráter quase vocal, como se o piano cantasse uma ária melancólica e poética. A música é levada apenas pelo solista e as cordas. Aqui fica evidente o pianoforte (precursor do piano) como o destinatário do Concerto: o cravo não seria o instrumento com mais afinidade à frase tão liricamente trabalhada.

III. Rondò all'ungarese: Allegro assai 
(Em ciclo, à moda húngara: Bem rápido) — cerca de 5 minutos
Um finale com melodia de inspiração húngara, que alguns estudiosos vêem mais similitude no folclore croata que húngaro (mas que à época estavam todos sob o guarda-chuva do mesmo Império). Nota-se certa empolgação incomum na obra de Haydn, sempre mais direcionado a um discurso de maior austeridade, se comparado a Mozart, principalmente — e é aqui que se nota a influência deste, uma vez que a Viena desta década vivia encantada pelos Concertos que o próprio tocava nas chamadas "Academias", e que certamente contaram com Haydn na audiência muitas vezes.

© RAFAEL FONSECA

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