(1780) MOZART Sinfonia n. 34

Compositor: Wolfgang Amadeus Mozart
Número de catálogo: K. 338
Data da composição: durante o verão, completada a 29 de agosto de 1780
Estréia: [provavelmente] Viena, 3 de abril de 1781, regência do autor

Duração: cerca de 20 minutos
Efetivo: 2 flautas, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpano, e as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Em 1780 Mozart ainda vivia em Salzburg, a serviço do todo-poderoso Príncipe-Eleitor, o Arcebispo Hieronymus von Colloredo. A relação dos dois era deletéria. Em tempos de quase servidão, Colloredo se irritava profundamente com as liberdades que o jovem músico tomava, suas ausências de alguns compromissos, sua excentricidade, sua arte arrojada. Tudo em Mozart lhe vertia bílis. É famosa a dispensa de Mozart pelo Conde Arco, responsável pelo "departamento de pessoal" de Colloredo, que humilhou Mozart mandando um lacaio colocá-lo porta afora com um chute no traseiro. Mozart decidiu, com isso, jamais retornar a Salzburg. (Ainda voltaria, mas aí ele já era o famoso Mozart da capital do Império). 

Esta é a última Sinfonia escrita em Salzburg antes da mudança definitiva para Viena, onde ele seria, virtualmente, o primeiro free-lancer da história, uma vez que ia se estabelecer na capital sem vínculos de trabalho, algo impensável na época. A obra irá estrear em Viena, numa Academia (os Concertos da época).

I. Allegro vivace (Rápido com vivacidade) — cerca de 8 minutos
O colorido remete à pomposa estética barroca, de frases afirmativas rocambolescas e altivas, mas há uma inovação: se percebe, em relação às Sinfonias anteriores do autor, uma busca pelo efeito grandioso, pelo tratamento da orquestra como um todo sinfônico.

II. Andante di molto (Bem confortavelmente) — cerca de 7 minutos
Uma dança calma, onde as cordas deslizam suaves. Dominado pelas cordas, o movimento lembra uma serenata e não será seguido pelo tradicional Minueto (cujos primeiros compassos na partitura foram eliminados por uma rasura), trecho presente em muitas das Sinfonias do autor, obedecendo a prática de Haydn; mas parece que ele quis formatar uma Sinfonia à moda italiana, que nesse tempo se diferiam das Sinfonias germânicas pela maior objetividade dos temas e apenas 3 movimentos no esquema vivo-lento-vivo. 

III. Finale: Allegro vivace (Final: Rápido com vivacidade) — cerca de 4 minutos
Um enérgico finale de sabor italiano — remete à uma tarantela — que muito se parece com um finale de ópera. A dramaticidade, a fluidez do discurso, a grandiosidade do arremate das frases, o cantabile do discurso, tudo nos sugere música teatral. Não por acaso, a composição se deu dias antes do embarque de Mozart a Munique, onde veria estrear sua ópera "Idemoeneo" no Teatro da Corte.

© RAFAEL FONSECA

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