Piotr Anderszewski

Piotr Anderszewski

Varsóvia, 4 de abril de 1969

Anderszewski estudou na Academia Chopin de Varsóvia, e depois nos Conservatórios franceses de Lyon e Estrasburgo. Com 18 anos de idade passou um ano na Thornton School of Music (em Los Angeles, integrante da Universidade da California, Estados Unidos), e em seguida aperfeiçoou-se com Murray Perahia.

Em 1990 seu nome ficou célebre durante as eliminatórias do Concurso Internacional de Piano em Leeds (Inglaterra), não pela premiação, mas por seu abandono do palco durante a execução das Variações op. 27 de Webern. Ele já havia impressionado o júri com uma versão inventiva e perfeita das Variações Diabelli de Beethoven, mas sentiu que a segunda peça não estava saindo como ele desejava e levantou-se do banco do piano e deixou a cena diante de uma platéia atônita. Mas aquela performance perfeita de Beethoven lhe abriria portas: logo em seguida, daria seu recital de estréia na capital londrina, no Wigmore Hall. O selo Teldec convidou-o para gravar a obra, mas ele preferiu esperar, acreditando que o estúdio traria uma atmosfera de frieza à peça.

O que chamou tanto a atenção foi sua inventividade e criatividade — marca, aliás, de seu mentor Perahia — e ele vem mantendo esse gosto por obras mais complexas na estrutura, o que o diferencia ainda mais no cenário dos pianistas. Em 1991 uma passagem o marcaria fortemente: sendo Sviatoslav Richter sua aspiração estética, ele soube que o monumental pianista se apresentaria em Varsóvia. Para ouví-lo ensaiar, escondeu-se deitado num canto entre o palco e a coxia. Qual sua surpresa quando Richter deixou a sala sem que ma única nota fosse tocada. O velho mestre acreditava que cada recital era parte do destino e deixava-se por descobrir o instrumento na hora da apresentação ao público. No dia seguinte, num golpe de sorte, foi convidado a substituir a moça que iria virar as páginas durante o recital e, assim, pôde travar contato com seu ídolo.

Em 2001 o cineasta-documentarista Bruno Monsaigneon fez com ele um filme sobre a gravação das Variações Diabelli de Beethoven — obra cujo seu registro firma-se como o melhor de todos os tempos — nos mesmos moldes que o mesmo diretor já havia feito nos anos 1980 com as Variações Goldberg de Bach e o pianista Glenn Gould.

© RAFAEL FONSECA

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