Lambert Orkis

Lambert Orkis

Filadélfia, 20 de abril de 1946

Após estudar no Curtis Institute em sua cidade natal, participa de conjuntos de câmara que investigam a música contemporânea (também em Washington) e leciona piano desde 1968 na Universidade de Temple.

Sua carreira como pianista-acompanhador — na qual o vemos com mais destaque — começa por volta de 1970 com a soprano Eleanor Steber, cujo interesse em canções e óperas americanas levou Orkis a pesquisar e se interessar pela produção de seus conterrâneos, o que o levará a tocar como solista o Concerto de Richard Wernick, dentre outras obras e outros compositores. 

Em 1978 Rostropovich o ouve como acompanhador em uma master-class e fica impressionado com seu talento, o convidando para integrar a Sinfônica Nacional (de Washington), graças à sua multi-facetada capacidade, podendo tocar piano, celesta, cravo e sintetizador. Manteve o posto até 1996, saindo junto com Rostropovich (que foi sucedido por Leonard Slatkin), e continuou como acompanhador junto ao grande violoncelista, numa parceria que durou 11 anos.

Desde 1988 apresenta-se com frequência junto à violinista Anne-Sophie Mutter, e é como parceiro camerista dela que ele é mais conhecido. Em paralelo, dedica-se à investigação dos instrumentos de época, sendo neles especialista; dessa atividade notável, destaca-se o cedê no qual gravou 3 vezes a Sonata "Appassionata" de Beethoven em instrumentos diferentes. Nesse campo da música em instrumentos originais, produz música de câmara com especialistas como o violinista Jaap Schröder e o violoncelista Anner Bilsma.

Um raro talento, com tantas vias de expressão, que deveria ser mais conhecido do que somente como partner de Mutter. De toque muito refinado, arrebatado, pleno nos detalhes, pronto à difícil missão de atuar como acompanhador (sem tomar o brilho do solista) com o mesmo poder de cativar a platéia quando solista ou recitalista.

© RAFAEL FONSECA