(1801) BEETHOVEN Sonata para violino n. 5 "Primavera"

Frühlingssonate (Sonata da Primavera)

Compositor: Ludwig van Beethoven
Número de catálogo: Opus 24
Data da composição: 1800/1801
Estréia: ?

Duração: de 22 a 28 minutos
Efetivo: violino e piano

Esta é a Sonata para violino mais popular de Beethoven, pela doçura e graça das melodias — suspeita-se que seja uma resposta aos críticos, que vinham associando o nome de Beethoven a uma música barulhenta e sem espaço para o belo e o suave.

Mas o que impressiona é o contraste entre esta Sonata e as anteriores que ele escreveu: a força cativante das melodias, o fluxo natural de suas idéias musicais, a impressão de que ouvimos os dois instrumentos "conversarem". Nela, Beethoven finalmente atinge o desejado em sua busca pela perfeição mozartiana, mas não está mais o imitando; está, na verdade o superando, indo mais longe. A obra contém uma "alma", uma forte personalidade, e isso jamais havia sido atingido pela música de câmara dos antecessores do compositor, seja quem for.

Pela primeira vez ele rompe com a estrutura herdada da Sonata em 3 movimentos, e encaixa um breve Scherzo antes do Finale. 

I. Allegro (Rápido) — cerca de 10 minutos
Uma melodia encantadora, das mais belas que Beethoven escreveu, abre o primeiro movimento no violino, logo respondido pelo piano. O jogo entre os dois instrumentistas se dá de maneira muito inventiva, e há equilíbrio entre as participações de cada um. Não por acaso, ela ganhou o apelido de "Sonata da Primavera", título alheio a Beethoven, mas perfeito ao lirismo iluminado que percorre toda a partitura.

II. Adagio molto espressivo (Com calma e muito expressivo) — cerca de 6 minutos
O piano introduz uma melodia calma, nostálgica, e o violino irá repetir a frase num tom mais sonhador. Segue um episódio meditativo, cheio de dúvidas. A melodia inicial retorna, ainda mais sonhadora. A conversa entre os dois é inspiradora. 

III. Scherzo: Allegro molto (Divertido: Bem rápido) — pouco mais que 1 minuto
Um episódio curto, mas simbólico: Beethoven anuncia aqui, com a inclusão desse Scherzo, que dará à sua música de câmara mais consistência, pareando a Sonata a uma Sinfonia. Interessante que a sua Primeira Sinfonia, do ano anterior, ainda tinha um Minueto no terceiro movimento, e ele só incluirá o Scherzo — mais irônico e menos frívolo — na sua Segunda Sinfonia, obra que, neste momento, ainda estava sendo escrita. Interessante notar que o tema é entrecortado e o violino dá a impressão de buscar afastar-se do piano, deixando de tocar em sincronia!

IV. Rondò: Allegro ma non troppo (Em ciclo: Rápido mas nem tanto) — cerca de 7 minutos
O finale é solar, uma melodia mozartiana, delicada, mas cujo caminho através das passagens pelos contra-temas do Rondò, vai conferindo-lhe força e certa agitação próprias de um finale.

© RAFAEL FONSECA

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