Concerto para trompa

A trompa é um dos instrumentos de origem mais antiga. Vem do uso de chifres de animais — daí chamar-se "horn" em inglês e "corno" em italiano —, uso este encontrado ainda hoje, como o shofar dos rituais judaicos ou o berrante que reúne o gado no interior do Brasil. 

A trompa usada na orquestra é descendente do "corno de caccia" (trompa de caça), usada na Idade Média pelos caçadores para comunicação nas florestas, e fabricada em metal desde que se tornou possível forjá-lo. 

No início, seu uso na música instrumental era limitado a reforçar as partes que necessitava-se de volume de som, mas pouco de virtuosismo se podia esperar de um instrumento que não poderia tocar todas as notas: a chamada "trompa natural", usada até cerca de 1818, precisava ter seus aros de diferentes tamanhos trocados para alcançar cada sub-conjunto de notas. A invenção do sistema de válvulas, que permite que o solista escolha por qual dos aros o ar irá passar e assim tocar todas as notas, permitiu que os compositores passassem a encarar o instrumento como possível para o virtuosismo.

Haydn escreverá o primeiro Concerto importante para este instrumento em 1762. Mozart o seguirá em 1783 e Weber em 1815 com seu Concertino. Schumann experimentará um Konzertstück para 4 trompas em 1849 e Franz Strauss, trompista famoso, escreverá um Concerto em 1865; mas foi o filho deste último, o célebre Richard Strauss, que retomou a tradição a partir de 1883.

Na maioria dos casos, o esquema composicional espelha-se na estrutura dos Concertos para violino ou piano, respeitando-se a estética de cada época (diálogo galante e dual entre solista e orquestra no Classicismo; heroísmo e enfrentamento entre ambos no Romantismo; exploração das texturas e colorido sonoro a partir do século XX).

© RAFAEL FONSECA

(1787) MOZART Concerto para trompa n. 3
(1883) R. STRAUSS Concerto para trompa n. 1

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