Camille SAINT-SAËNS

Charles Camille Saint-Saëns

Paris, 9 de outubro de 1835 — Argel, Argélia, 16 de dezembro de 1921

Catálogo: Opus 1 a 169; muitas obras sacras, óperas e peças para piano não foram publicadas

A afirmação irônica do colega Claude Debussy, de que "Saint-Saëns é o homem que mais sabe de música no mundo inteiro" era verdadeira, no sentido de que ele conhecia profundamente a parte técnica, era excelente pedagogo e deixou um legado no qual tudo foi experimentado. Já a ironia contida na frase, sugerindo que Saint-Saëns deixava-se dominar por esse saber técnico e que sua criação é pouco empolgante, não pode ser tomada como total verdade.

Saint-Saëns foi, como Mozart, um prodígio impressionante. Órfão de pai, criado pela mãe e uma tia, ele surpreende a casa dominando o teclado do piano aos 4 anos sem que ninguém lhe ensinasse. Com 11 anos de idade ele irá impressionar a platéia da Salle Pleyel, tocando sem partitura — algo pouco comum na época — o Concerto n. 15 de Mozart e o n. 3 de Beethoven, obras para as quais ele escrevera cadenzas de sua própria autoria.

Em 1857, com 22 anos assume o cargo de organista da L'église de la Madeleine, cargo que vai manter por 30 anos. Ali teve como testemunha o grande Liszt, que declarou ter ouvido "o melhor organista do mundo" e cuja ajuda foi determinante para seu sucesso no exterior. 

Interessado em vários assuntos, Saint-Saëns estudava informalmente arqueologia, geologia, botânica e matemática, chegando a escrever artigos sobre alguns desses assuntos e discutir tais temas com grandes especialistas. Sempre inovador, foi um dos primeiros compositores a se interessar por acústica e o primeiro a escrever música para o então recém-nascido cinema, para o filme "O assassinato do Duque de Guise" de 1908.

© RAFAEL FONSECA

Obras, em ordem cronológica:

(1863) Introdução e Rondó caprichoso
(1886) O Carnaval dos Animais
(1886) Sinfonia n. 3 "com Órgão"


Catálogo Opus:

Op. 28 - Introdução e Rondó caprichoso
Op. 78 - Sinfonia n. 3 "com Órgão"