Compositor: Antonín Dvořák
Número de catálogo: Opus 103 / B 176
Data da composição: de 25 de junho a 28 de julho de 1892
Estréia: 21 de outubro de 1892 em Nova York — regência do autor
Duração: cerca de 20 minutos
Efetivo: 1 soprano solista, 1 barítono solista, coro misto a 4 (sopranos, contraltos, tenores e baixos); 2 flautas, 2 oboés, 1 corne-inglês, 2 clarinetas, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, 1 tuba, tímpano, 1 bumbo, pratos, triângulo, as coras (primeiros-violinos, segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)
IV. Dignare, Domine: Lento
V. Benedicamus Patrem: Tempo I
Número de catálogo: Opus 103 / B 176
Data da composição: de 25 de junho a 28 de julho de 1892
Estréia: 21 de outubro de 1892 em Nova York — regência do autor
Duração: cerca de 20 minutos
Efetivo: 1 soprano solista, 1 barítono solista, coro misto a 4 (sopranos, contraltos, tenores e baixos); 2 flautas, 2 oboés, 1 corne-inglês, 2 clarinetas, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, 1 tuba, tímpano, 1 bumbo, pratos, triângulo, as coras (primeiros-violinos, segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)
Dvořák havia sido convidado por uma milionária americana, Mrs. Jeanette Turber, em 1891 para ser o diretor do primeiro Conservatório de música de Nova York, e junto com o convite veio a encomenda dessa obra para as celebrações dos 400 anos da descoberta da América por Cristóvão Colombo.
Mrs. Turber via em Dvořák o homem certo para forjar na América a música com características nacionais, já que ele era visto como a síntese musical de sua Bohemia natal. Talvez por isso, ele tenha acentuado as características eslavas da obra, que soa um tanto inusual e estranhamente bela.
I. Te Deum laudamus: Allegro moderato, maestoso
(A Ti, Deus louvamos: Moderadamente rápido e majestoso) — cerca de 6 minutos
Numa introdução atípica, os tímpanos estabelecem uma marcação urgente e a entrada do restante da orquestra se dá como que fora do tempo, para em seguida termos a entrada do coro.
Coro:
Te Deum laudamus: te Dominum confitemur. A Ti, Deus louvamos, A Ti Senhor, confessamos.
Te æternum Patrem omnis terra veneratur. A Ti, Pai Eterno, toda terra venera.
Tibi omnes Angeli; tibi cæli et universæ Potestates; A Ti, todos os anjos; céus e todas potestades;
Tibi Cherubim et Seraphim A Ti querubins e serafins
incessabili voce proclamant: aclamam sem cessar:
Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dominus Deus Sabaoth. Santo, Santo, Senhor Deus dos exércitos.
Soprano:
Pleni sunt caeli et terra maiestatis gloriæ tuae. Cheios o céu e a terra da majestade de tua glória.
Soprano e Coro masculino:
Te gloriosus Apostolorum chorus, A Ti o glorioso coro dos apóstolos,
Te Prophetarum laudabilis numerus, A Ti a venerável multidão dos profetas,
Te Martyrum candidatus laudat exercitus. A Ti a legião dos mártires, louvam.
Te per orbem terrarum sancta confitetur Ecclesia, A Ti, pelo orbe terrestre,louva a Santa Igreja,
Patrem immensæ maiestatis: Pai de imensa majestade:
Soprano e Coro completo:
Venerandum tuum verum et unicum Filium; A ao teu venerado, verdadeiro e único Filho;
Sanctum quoque Paraclitum Spiritum. E também ao Santo Espírito Consolador.
II. Tu Rex gloriæ: Lento maestoso
(A Ti, Deus louvamos: Lento majestoso) — cerca de 5 minutos
A fanfarra anuncia e pontua a participação do barítono, que na segunda estrofe é comentado pelo coro feminino com grande sensibilidade e beleza, esquema que se repete com o coro masculino na última frase.
Barítono:
Tu Rex gloriæ, Christe. Tu és Rei de gloria, o Cristo.
Tu Patris sempiternus es Filius. Tu, do Pai és Filho sempiterno.
Tu ad liberandum suscepturus hominem, Tu, ao tornar-te homem, para libertar o homem,
non horruisti Virginis uterum. não desdenhaste o seio da Virgem.
Barítono e coro feminino, depois coro masculino:
Tu, devicto mortis aculeo, Tu, vencendo o aguilhão da morte,
aperuisti credentibus regna cælorum. abriste aos fieis o reino dos céus.
Tu ad dexteram Dei sedes, in gloria Patris. Tu, à direita de Deus Te assentas, na gloria do Pai.
Iudex crederis esse venturus. Como Juiz, cremos que regressarás.
Te ergo quæsumus, tuis famulis subveni: Rogamos-te, pois, que teus servos socorras:
quos pretioso sanguine redemisti. aqueles que com precioso sangue redimiste.
III. Æterna fac cum sanctis: Vivace
(Faze com que os teus santos: Com vivacidade) — cerca de 3 minutos
Com música instigante, combinada a uma orquestração vívida, o coro canta nos fazendo lembrar da tradição gregoriana, ainda que a modulação seja totalmente Romântica.
Coro:
Æterna fac cum sanctis tuis in gloria numerari. Faze com que os teus santos na glória sejam contados.
Salvum fac populum tuum, Domine, Salve o teu povo, Senhor,
et benedic hereditati tuæ. e abençoa os teus herdeiros.
Et rege eos, et extolle illos usque in æternum. E dirija-os e engrandece-os para sempre.
Per singulos dies benedicimus te; Todos os dias te bendizemos;
Et laudamus Nomen tuum in sæculum, E louvamos teu nome eternamente,
et in sæculum saeculi. por todos os séculos dos séculos.
(Digna-te, Senhor: Lento) — cerca de 3 minutos
A passagem inicial explora a voz da soprano com grande lirismo. A entrada do texto "Miserere" é tratada com simplicidade mas o efeito é belíssimo.
Soprano e Coro:
Dignare, Domine, Digna-te, Senhor,
die isto sine peccato nos custodire. neste dia, guarda-nos sem pecado.
Miserere nostri Domine, Tem piedade de nós, Senhor,
miserere nostri. tem piedade de nós.
Fiat misericordia tua, Domine, super nos, Faça-se a tua misericórdia sobre nós, Senhor,
quemadmodum speravimus in te. do modo como a esperamos em Ti.
In te, Domine, speravi: Em Ti, Senhor, esperarei:
non confundar in æternum. que eu não seja jamais confundido.
(Digna-te, Senhor: Mesmo andamento) — cerca de 4 minutos
Esse texto já não é parte do Te Deum, mas a adição de um Louvor tradicional da Ação de Graças, feita por Dvořák.
Barítono, Soprano e Coro:
Benedicamus Patrem et Filium cum Sancto Spiritu; Bendigamos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
laudemus et superexaltemus eum in sæcula. Louvemo-lo e exaltemo-lo por toda a eternidade!
Hallelluja! Aleluia!
© RAFAEL FONSECA