Concerto para mais de um solista

No século XVII, eles foram muito comuns. Oriundos dos primeiros concertos a aparecer, os Concerti Grossi (que tinham um pequeno conjunto de solistas dialogando com o restante do conjunto), foram muito explorados por compositores Barrocos, como Bach que fez Concertos para mais de um cravo, ou aquele para oboé e violino, ou Vivaldi, que experimentou um para dois alaúdes, outro para dois violoncelos, e outras tantas combinações.

No Classicismo estabeleceu-se o Concerto que dava real protagonismo ao solista, e eles viraram exceção (como aqueles para dois e três pianos, ou o para flauta e harpa, todos de Mozart). Beethoven quis relembrá-los com seu Concerto "Triplo". Durante o Romantismo, prevaleceu a idéia do solista-herói, retirando a possibilidade de um segundo solista. As exceções ficam em casos esparsos, como o Concerto "Duplo" de Brahms. 

No século XX, com o fervilhante clima de experimentação, voltam a aparecer os Concertos múltiplos, pelas mãos de Shostakovich, Berg, Martinů, entre outros.

A dinâmica é a mesma do Concerto de um só solista, ou seja: coloca-se a orquestra em diálogo com esses atores em destaque, e a conversa acontece também entre eles.

© RAFAEL FONSECA