Missa

Admite-se que as Missas são cantadas desde sempre — ou seja, são "música" — pois nos Evangelhos de Mateus e Marcos ambos descrevem os apóstolos saindo da Última Ceia em direção ao Monte das Oliveiras "cantando os hinos".

Durante a Idade Média, na tradição dos Cantos Gregorianos, estabelece-se o texto litúrgico da Igreja Católica com a seqüência: Kyrie — Gloria — Credo — Sanctus — Agnus Dei. Esses cântigos eram passados via tradição oral nos Mosteiros. 

Considera-se a primeira Missa assinada por um compositor a Missa de Notre-Dame, de 1365, do francês Guillaume de Machaut; trata-se do ápice da polifonia (várias vozes simultâneas), em oposição a tradição homofônica (todos numa só voz) do Canto Gregoriano. Com o passar do tempo as Missas — musicando sempre os mesmos textos, com raríssimas variações — foram ficando mais complexas, mas sempre escritas para o coral acompanhado de órgão, o instrumento das Igrejas por excelência. Foi no período Barroco que as Missas passaram a admitir, aos poucos, a entrada dos instrumentos.

No Classicismo, Haydn passa a dar mais importância à participação da orquestra, criando obras verdadeiramente sinfônico-corais e de verve bem mais atrativa, conectando-se ao espírito do canto operístico italiano. As Missas então podiam ser "Brevis", missas de curta duração, e "Solemnis" ou Grande aquelas mais longas para ocasiões importantes.

Já no Romantismo, Beethoven escreve em 1823 sua "Missa Solemnis" que obviamente não foi pensada para o templo e muito menos para o serviço religioso, é obra musical pura. A forma será experimentada ou servirá de inspiração para grandes obras corais que já se encontram totalmente distantes do ritual de fé: são assim a "Missa Glagolítica" de Janáček (1926) e a "Missa" do compositor e maestro judeu Leonard Bernstein (1971).

São sub-produtos da Missa o Réquiem (a Missa dos Mortos) e os trechos isolados.

© RAFAEL FONSECA