(1843) WAGNER Abertura “Tannhäuser”

Große Romantische Oper "Tannhäuser und der Sängerkrieg auf Wartburg"
(Grande Ópera Romântica "Tannhäuser e o Torneio de Cantores em Wartburg")

Compositor: Richard Wagner
Número de catálogo: WWV 70
Data da composição: 1842 a 1843
Estréia: 19 de outubro de 1845 - Sächsisches Hofopera, Dresden - Sächsische Hofkapelle Dresden (hoje Staatskapelle), regência do compositor

Duração: cerca de 15 minutos
Efetivo: 1 flauti-piccolo, 3 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 1 clarineta-baixo, 2 fagotes
4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, 1 tuba, tímpano, bumbo, castanholas, pratos, triângulo, tamborim, harpa, as cordas (16 primeiros- e 16 segundos-violinos, 12 violas, 12 violoncelos, 8 contra-baixos)

Espetacular prelúdio para a ópera que conta a saga de Tannhäuser, o menestrel medieval que se deixa seduzir pela Vênus. O cenário (da ópera, claro) é a Turíngia do século XIII. Neste romance de cavalaria, Tannhäuser se vê dividido entre os impulsos da carne na figura da deusa mítica e o amor espiritual por Elizabeth. Depois de ter passado um ano e um dia como o amante da Vênus, ele invoca a Virgem Maria, promete uma vida de penitência, e volta para o mundo mortal. Elizabeth se alegra com seu retorno, mas Tannhäuser é desafiado no Torneio de Trovadores a cantar suas aventuras nas Colinas de Vênus. Sua defesa do amor carnal viola as leis da cavalaria e do amor cortês, e ele agora é forçado a peregrinar e buscar a absolvição em Roma.

Trata-se, talvez, da mais popular e conhecida das aberturas de Wagner. Ele trabalha sobre dois temas que, obviamente, aparecerão durante a ópera: o Coro dos Peregrinos, de solenidade sentida, e o tema da Vênus, tomado de erotismo e júbilo. Bastante longa para uma abertura de ópera, ela é, na verdade, uma espécie de Poema Sinfônico, e sua força sinfônica, seu germanismo heróico e sua dramaticidade a tornam um símbolo wagneriano. Não se pode deixar de notar, apesar da beleza e da qualidade da obra, um certo histerismo histriônico que levaria o nacionalismo alemão à catástrofe ideológica do início do século XX...

© RAFAEL FONSECA