(1928) STRAVINSKY Música do balé "Apolo, líder das musas"

Apollon musagète

Compositor: Igor Stravinsky
Data da composição: 1927 a 1928
Estréia: 27 de abril de 1928 — em Washington, Library of Congress, regência do autor

Duração: cerca de 30 minutos
Efetivo: 34 instrumentos de cordas (8 primeiros- e 8 segundos-violino, 6 violas, 8 violoncelos e 4 contra-baixos)

A obra foi encomenda da mecenas americana Elizabeth Sprague Coolidge para um festival que aconteceria em 1928 na Biblioteca do Congresso em Washington, mas Stravinsky concebeu a obra de olho na Companhia dos Balés Russos de Diaghilev em Paris, que apresentou a estreia europeia (2 meses depois da americana) no Théâtre Sarah Bernhardt.

A encomenda determinava que o balé deveria ser dançado por 6 bailarinos (a versão final ficou com 4) e não deveria ultrapassar meia hora de duração; mas o tema a ser abordado era escolha com total liberdade do compositor. Stravinsky vinha fascinado com o universo da mitologia grega, acabara de escrever a ópera "Édipo Rei" e resolveu investir num tratamento neo-clássico para a música, limitando-se às texturas de 34 instrumentos de cordas e explorando a grandeza na simplicidade. Pediu ao coreógrafo que deixasse a música fluir pela leveza dos movimentos e que tudo fosse branco, sem que as cores viessem macular essa beleza clássica quase grega e bastante idealizada (já que o branco marmóreo a que fomos habituados na arquitetura e escultura clássicas nada mais são que a remoção que o passar dos anos promoveu nos antigos pigmentos).

São dez números, em duas partes:

Premier tableau:
I. Naissance d'Apollon: Largo — Allegretto — Tempo I
(O Nascimento de Apolo: Bem devagar — Sem arrastar — Volta ao tempo inicial) — cerca de 5 minutos
Second tableau:
II. Variation d'Apollon, Apollon et les Muses: Adagio
(Variação de Apolo, Apolo e as Musas: Com calma) — cerca de 3 minutos
III. Pas d'action, Apollon et les trois muses, Calliope, Polymnie et Terpsichore: Moderato
(Cena dramática, Apolo e as três musas, Calíope, Polímnia e Terpsícore: Moderadamente) — cerca de 5 minutos
IV. Variation de Calliope: Allegretto
(Variação de Calíope: Sem arrastar) — cerca de 1 minuto e meio
V. Variation de Polymnie: Allegro
(Variação de Polímnia: Rápido) — cerca de 1 minuto
VI. Variation de Terpsichore: Allegretto
(Variação de Terpsícore: Sem arrastar) — cerca de 2 minutos
VII. Variation d'Apollon: Lento
(Variação de Apolo: Lento) — cerca de 2 minutos e meio
VIII. Pas de deux, Apollon et Terpsichore: Adagio
(Passo a dois, Apolo e Terpsícore: Com calma) — cerca de 4 minutos e meio
IX. Coda, Apollon et les Muses: Vivo — Tempo sostenuto — Agitato
(Início da conclusão, Apolo e as Musas: Com vivacidade — Tempo sustentado — Com agitação) — cerca de 4 minutos
X. Apothéose: Largo e tranquillo
(Apoteose-final: Bem devagar e tranquilamente) — cerca de 4 minutos

O resultado é uma música elegante, de contornos suaves e graciosa fluidez. Anos mais tarde, em 1947, Stravinsky promoveu ligeira revisão na partitura, mas nada de muito significativo foi alterado. Ele chegou a declarar que pensou em mudar a instrumentação para uma orquestra de câmara de sopros (o que contrariaria sua ideia inicial de "um balé branco") para realçar os contrastes da dinâmica entre as vozes, mas essa alteração nunca foi feita.

© RAFAEL FONSECA

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