(1854) LISZT Poema Sinfônico "Orfeu"

Orpheus, symphonische Dichtung

Compositor: Franz Liszt
Número nos catálogos: LW G-9 / S 98
Data da composição: 1853 a 1854
Estréia: 16 de fevereiro de 1854 — em Weimar, no Hoftheater (hoje Nationaltheater), regência do autor

Duração: cerca de 12 minutos
Efetivo: 1 flauta-piccolo, 3 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, 1 tuba, tímpanos, 2 harpas, as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Liszt é o criador do termo "Poema Sinfônico" e este é o quarto dos 12 que ele escreveu. A inspiração veio da ópera "Orfeu e Eurídice" de Gluck, que Liszt, como o maestro-de-capela da Corte de Weimar, iria dirigir na temporada de 1854. Em atitude ousada e de grande inspiração, tocou sua peça antes mesmo da abertura da icônica ópera (escrita por Gluck em 1762, quase um século antes). Ao contrário de muitas de suas músicas de programa — toda obra musical que tem por trás um significado gerador, em geral vindo da literatura — este Orfeu é mais uma impressão sensorial do "primeiro poeta-músico" que propriamente uma descrição musical resumida do enredo de sua história.

Andante moderato – Un poco più di moto – Lento — Andante con moto — Lento
(Passo de caminhada moderado — Um pouco mais de movimento — Lento — Passo de caminhada, com movimento — Lento)

Desde os primeiros acordes nos surpreendemos com a semelhança com o estilo que Wagner, futuro genro de Liszt, ainda iria impor com obras lendárias como Parsifal ou Tristão e Isolda. E não por acaso Wagner tinha nesse Orfeu sua obra orquestral preferida no repertório do mestre e depois sogro. As harpas, simbolizando a lira de Orfeu, desempenham papel fundamental.

Dos 12 Poemas Sinfônicos do autor, esse é o mais curto em duração e o mais conciso na temática. Não aparece nenhum segundo tema ou contra-tema: apenas um, suave, lírio, aquele que Liszt, postado diante de um jarro etrusco no Louvre que retratava Orfeu, concebeu como sendo o canto civilizador, do herói que conduz a humanidade à idade moderna. 

© RAFAEL FONSECA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, ao postar seu comentário, não deixe de incliur seu endereço eletrônico, para que possamos manter contato! (R. F.)