Compositor: Robert Schumann
Número de catálogo: Opus 129
Data da composição: de 10 a 24 de outubro de 1850
Estréia: 9 de junho de 1860 — no Conservatório de Leipzig, Ludwig Ebert no violoncelo
Duração: cerca de 25 minutos
Efetivo: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpano, cordas (primeiros-violinos, segundos-violinos, violas, violoncelos, contra-baixos)
Número de catálogo: Opus 129
Data da composição: de 10 a 24 de outubro de 1850
Estréia: 9 de junho de 1860 — no Conservatório de Leipzig, Ludwig Ebert no violoncelo
Duração: cerca de 25 minutos
Efetivo: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpano, cordas (primeiros-violinos, segundos-violinos, violas, violoncelos, contra-baixos)
A obra é escrita rapidamente, em duas semanas, num período especialmente feliz na trajetória penosa de Schumann. Ele acabava de assumir um importante posto em Düsseldorf e havia se mudado de Dresden, onde a família não havia encontrado a acolhida esperada — segundo anotações de Clara, esposa do mestre, Dresden tinha costumes sociais antiquados e cultura musical conservadora. Em Düsseldorf a família Schumann recebeu calorosa recepção e Schumann foi tratado com reconhecimento da grandeza de seu gênio. O concerto é concebido pouco antes da Sinfonia n. 3, a Renana.
O concerto é delicado do ponto-de-vista da orquestra, para não abafar o som mais rouco do instrumento, com as sonoridade tratadas com cuidado. No que diz respeito ao discurso solista, Schumann tinha horror ao virtuosismo gratuito, tão em voga naquele momento. O resultado direto disso, é uma quase parcimônia na utilização dos recursos do violoncelo enquanto principal ator da obra, colocando-o mais a serviço do lirismo da obra como um todo que à pirotecnia como recurso fácil para conquistar as platéias.
O concerto é delicado do ponto-de-vista da orquestra, para não abafar o som mais rouco do instrumento, com as sonoridade tratadas com cuidado. No que diz respeito ao discurso solista, Schumann tinha horror ao virtuosismo gratuito, tão em voga naquele momento. O resultado direto disso, é uma quase parcimônia na utilização dos recursos do violoncelo enquanto principal ator da obra, colocando-o mais a serviço do lirismo da obra como um todo que à pirotecnia como recurso fácil para conquistar as platéias.
I. Nicht zu schnell (Não muito rápido) — cerca de 11 minutos
Após um chamado curto e misterioso dos sopros, o violoncelo responde com uma linda frase reflexiva, cheia de anseios, lírica e plangente. A resposta da orquestra, firme, traz um universo mais luminoso à cena, e logo o violoncelo retorna com seus pensamentos meditativos. São as flautas que, pontuando elegantemente, forçam o violoncelo a entoar um discurso mais animado. Mas o tom geral do movimento acaba por ser mais melancólico que alegre e essa característica certamente se deve ao contraste entre as possibilidades da vida profissional em Düsseldorf e o temor — ainda não declarado por ele nem mesmo à esposa — de que sua lucidez estava se afastando progressiva e definitivamente. (De fato, seu estado mental iria piorar a galope, com a tentativa de suicídio em 1854, a internação e morte em 1856; a própria aceitação do convite a trabalhar em Düsseldorf se deu em parte pelo fato de que nessa cidade havia um asilo para doentes mentais).
— attacca:
II. Langsam (sem interrupção: Lentamente) — cerca de 4 minutos
II. Langsam (sem interrupção: Lentamente) — cerca de 4 minutos
O movimento lento, ligado aos outros sem que haja interrupção, é uma linda canção de amor, com a melodia do solista flutuando acima de um gentil pizzicato das cordas da orquestra. A beleza do breve momento de enternecimento é repentinamente interrompida por uma recapitulação da abertura do primeiro movimento, o que dará prosseguimento ao movimento seguinte, o finale.
— attacca:
III. Sehr lebhaft (sem interrupção: Bem animado) — cerca de 9 minutos
O violoncelo "fala" com firmeza e conclui sua trajetória com grande elegância, sem ceder ao brilho fácil, permanecendo sedutor sem nenhuma vulgaridade. Alguns críticos consideram o movimento final fraco em relação aos anteriores, e realmente há uma simplicidade quase rústica que não se corresponde à sofisticação dos primeiro e segundo movimentos. Mas essa escolha se justifica perfeitamente se pensarmos na estrutura do Concerto clássico (nas obras para piano e orquestra de Mozart, especificamente) e cumpre com galhardia a função de levantar o espírito da música em direção ao ápice dos últimos acordes.
© RAFAEL FONSECA
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