Nelson Freire

Nelson José Pinto Freire

Boa Esperança, Minas Gerais, 18 de outubro de 1944

De uma precocidade incrível, começou a tocar piano aos 3 anos, apenas observando sua irmã mais velha tendo aulas. Aos 5 anos, em São João d'El Rey, deu seu primeiro recital, no qual tocou a Sonata n. 11 de Mozart. Assistido por um professor na cidade de Varginha, distante 70km de sua Boa Esperança, para onde sua mãe o levava diariamente, mas logo este Maestro Fernandes, após 12 lições, declarou que nada mais poderia ensinar, o que levou o pai à decisão de, nos fins de 1950, mudar com a família para a então capital brasileira, o Rio de Janeiro, com o intuito único de fazer florescer o talento do menino.

No Rio, foi aluno de Nise Obino e depois Lucia Branco. Em 1957, com apenas 12 anos, foi um dos vencedores no Concurso Internacional de Piano, tocando o Concerto Imperador de Beethoven. No júri estava a célebre pianista brasileira Guiomar Novaes, a partir daí grande incentivadora e permanente inspiração. Graças ao destaque no Concurso, e uma bolsa oferecida pelo presidente Jucelino, mudou-se para Viena onde foi aluno de Bruno Seidlhofer.

Já havia iniciado carreira internacional em 1959 quando increveu-se no Concurso Viana da Motta, em Liboa, em 1964, no qual ganhou o primeiro prêmio. A princípio o reconhecimento internacional veio por suas gravações feitas nos anos-1970 da obra de Chopin, compositor para o qual ele sempre será um intérprete refinado e de grande musicalidade. Foi premiado pela gravação para o selo Decca (de 2006) dos dois Concertos de Brahms com o tradicionalíssima Orquestra da Gewandhaus e o maestro Riccardo Chailly.

Em 2003 é personagem-título do documentário de João Moreira Salles, filme tocante por desvendar a delicadeza enternecedora de sua personalidade. Suas afinidades estéticas o colocam entre os melhores pianistas de Schumann e Debussy de nosso tempo. 

© RAFAEL FONSECA

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