(1794) HAYDN Sonata n. 62

Sonata composta per la Celebra Signora Teresa de Janson

Compositor: Joseph Haydn
Número de catálogo: Hob XVI:52
Data da composição: 1794
Estréia: [provavelmente em Londres, por Therese Jansen]

Duração: cerca de 20 minutos
Efetivo: piano

Ao contrário dos contemporâneos Mozart, Clementi ou Beethoven, Haydn não era um virtuoso do teclado, e na sua concepção as Sonatas eram peças de uso e treino doméstico, não uma obra a se apresentar ao público, sendo a maioria de suas Sonatas sido escrita para seus alunos de piano. Esta é a última que escreverá em sua vida, e ela guarda uma diferença em relação às anteriores, por ter sido escrita para uma famosa pianista inglesa, que Haydn conheceu em Londres, Mrs. Therese Jansen. Isso faz dessa obra a mais especial de suas Sonatas.

São 3 movimentos:

I. Allegro moderato (Rápido com moderação) — cerca de 8 minutos
A obra abre com uma espécie de exploração do teclado e suas possibilidades, e isso se explica: à época, o pianoforte (precursor do piano moderno) inglês era de sonoridade bem mais clara e robusta que os mesmos instrumentos fabricados na Áustria com os quais Haydn havia se acostumado a escrever para seus pupilos. Afora que Mrs. Jansen era pianista de excelente técnica, o que motivou certamente o compositor a dar a ela chances de exibir seu virtuosismo. O desenrolar das idéias nesse primeiro movimento é típico da escrita elegante de Haydn, um compositor de expressão sóbria e sólida, cuja arquitetura musical encanta pelo equilíbrio.

II. Adagio (Com calma) — cerca de 6 minutos
No movimento lento, evocativo e de densa profundidade, Haydn prenuncia o futuro das Sonatas nas mãos de Beethoven (aliás, seu aluno nessa época). O caráter é sonhador, lembra de longe um improviso, e é atípico se pensamos no Classicismo em vigor, que pedia frases mais simples e belas, no estilo cantabile. 

III. Finale: Presto (Final: Acelerado) — cerca de 6 minutos
Na parte final podemos sentir a influência das Sonatas rápidas de Scarlatti (compositor italiano do Barroco que deixou inúmeras Sonatas de um único movimento), cuja graça e vivacidade estavam a serviço de um toque ágil e virtuoso. A técnica do pianista é exigida para dar ao fluxo musical a leveza e delicadeza necessárias, em passagens muito rápidas. Do ponto de vista estético, este é o movimento mais tradicional dos 3, considerando-se o que se produzia na época.

© RAFAEL FONSECA

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