(1894) DEBUSSY Prelúdio da tarde de um fauno

Prélude à l'après-midi d'un Faune

Compositor: Claude Debussy
Número de catálogo: L 86
Data da composição: 1891 a 1894
Estréia: 22 de dezembro de 1894 — em Paris, Gustave Doret na regência

Duração: cerca de 10 minutos
Efetivo: 3 flautas, 2 oboés, 1 corne-inglês, 2 clarinetas, 2 fagotes, 4 trompas, 2 harpas, 2 crótalos (pequenos pratinhos de dedos, de origem egípcia) e as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Debussy chamou a peça de "Prelúdio", pois planejava uma continuação, formando uma Suite sinfônica, mas o restante nunca veio. E Paul Valéry contava que a idéia do Poema virar música muito preocupava Stéphane Mallarmé, que não poderia desconfiar que seus versos seriam uma obra sinfônica tão definitivamente nova. Escreveu ele: — "A música não produziu nenhuma dissonância em relação ao meu texto, senão que verdadeiramente foi muito mais longe ao reproduzir a saudade e luz". Esse depoimento do autor dos 110 versos que originaram o Poema Sinfônico de Debussy, apenas 10 minutos que revolucionaram a música de maneira radical. Ainda que lembre Wagner, vai muito mais longe. Com essa peça, ficam para traz a simetria dos compassos, a precisão rítmica e a relação hierárquica entre melodia e acompanhamento. Segundo Pierre Boulez, aqui nasce a Música Moderna.

O tempo marcado é: Très modéré (Muito moderado)

Debussy criou a música a partir do Poema original de Mallarmé, que narra o sonho de um Fauno, que exausto de tentar alcançar Ninfas e Náiades, cai em sono no qual sua fantasia o faz conseguir tudo o que a realidade lhe negou. 

O solo de flauta que abre a música, a resposta das harpas, a orquestração sensual, a delicada intervenção dos pratinhos antigos (os crótalos, que soam como sininhos angelicais) é também a tradução das pinceladas impressionistas de Édouard Manet, que criou as imagens que acompanham a edição original do Poema de Mallarmé. Em 1912 o coreógrafo Vaslav Nijinsky criaria o balé que faria essa peça ainda mais célebre.

© RAFAEL FONSECA

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