(1874) LALO Sinfonia "Espanhola"

Symphonie espagnole

Compositor: Édouard Lalo
Número de catálogo: Opus 21
Data da composição: 1873/1874
Estréia: 7 de fevereiro de 1875 — Paris, com Pablo de Sarasate ao violino

Duração: de 32 a 36 minutos
Efetivo: violino-solista; 1 flauta-piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, harpa, as cordas (primeiros-violinos, segundos violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

A obra é, na verdade, um Concerto para violino, e talvez Lalo a tenha querido chamar Sinfonia por conta de sua estrutura em 5 movimentos. Já o título "Espanhola" se deve ao emprego de temas que nos remetem ao que se imaginava ser a Península Ibérica da época, uma visão bastante distorcida dessa Espanha "distante" — o finis terræ dos Romanos parecia ainda valer! — que também está presente em várias obras da época, inclusive na "Carmen" que Bizet estrearia no mesmo ano. 

E porque a Espanha? Para homenagear Pablo de Sarasate, genial violinista do século XIX, que havia acabado de tocar o Concerto para violino de Lalo em 1874 e este quis agradecer dedicando-lhe esta obra que Sarasate vai estrear em 1875. 

Vale notar que Lalo era, ele mesmo, excelente violinista. A obra se divide em 5 movimentos:

I. Allegro non troppo
(Rápido mas nem tanto) — cerca de 8 minutos
Uma rápida introdução e o violino se apresenta como se fosse dar início a uma cadenza de improviso, mas a orquestra o atravessa e logo responde (frase que lembra, de longe, Brahms). Logo se estabelece o diálogo entre o violino e a orquestra, não deixado dúvidas de se tratar de um Concerto. A facilidade melódica de Lalo é impressionante.

II. Scherzando: Allegro molto
(Brincando: Rápido mesmo) — cerca de 4 minutos
Um saboroso movimento que finalmente traz o que poderia ser espanhol à luz. Mudanças de tempo colocadas de surpresa dão uma vida toda especial ao trecho, no qual o violino solista é o rei absoluto, costurando todo o movimento e impondo a linha melódica sem sair de cena.

III. Intermezzo: Allegro non troppo
(Interlúdio: Rápido mas nem tanto) — cerca de 6 minutos
A orquestra entra de forma vigorosa, propondo um tema que remete às castanholas do flamenco. O violino responde com uma frase lírica e muito leve; e assim seguem em contraste, até o fim do movimento, criando um efeito bastante empolgante.

IV. Andante
(Passo de caminhada) — cerca de 8 minutos
A atmosfera muda completamente com este movimento solene, cuja introdução faz pensar em Wagner, e diferindo totalmente da alegria dos temas até agora apresentados. O violino virá num lamento lírico, muito expressivo, e na metade do movimento volta-se a exigir virtuosidade do solista que entoa um canto à moda cigana.

V. Rondò: Allegro
(Ciclicamente: Rápido) — cerca de 8 minutos
O finale é brilhante, uma dança exposta primeiro pela orquestra que vai repetindo o tema até que o violino o toma para si e desenvolve variando e conferindo cada vez mais graça a ele. Na metade do movimento uma malagueña se desenha, muito sensual, até que o tema inicial retorna, para concluir.

© RAFAEL FONSECA

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