Orquestra Estatal de Berlim

Kurfürstliche Hofkapelle (Orquestra da Corte Eleitoral, até 1680)
Cammer-Musicanten (Músicos de Câmara, até 1701)
Berliner Hofkapelle (Orquestra da Corte de Berlim, até 1740)
Königlich Preußische Hofkapelle (Orquestra Real da Corte da Prússia, até 1743)
Königliche Hofkapelle zu Berlin (Orquestra Real da Corte em Berlim, até 1918)
Staatskapelle Berlin (Orquestra Estatal de Berlim) 

Fundação: 1570
Sede: Staatsoper, Berlim, Alemanha

Uma das mais antigas orquestras do mundo em atividade ininterrupta, a "Capela" (o termo, em alemão, se confunde com orquestra) de Berlim surge em 1570 na Corte do Eleitor de Brandemburgo, Joaquim II. Em 1608 registram-se 28 músicos trabalhando na orquestra. Em 1680, uma disputa por salários faz com que os músicos se tornem independentes da Corte, adotando novo nome: Músicos de Câmara.

Em 1701, com a coroação de Frederico I da Prússia, o conjunto passa a integrar a nova Corte, mas devido ao temperamento militarista e pouco cultivado do Rei, sua atividade se desvirtua para uma banda militar. Em 1732 o Príncipe herdeiro, futuro Frederico II, o Grande, escolhe músicos a dedo para compor seu conjunto musical em Rheinsberg, e os irmãos Benda são contratados; no ano seguinte, Carl Philipp Emanuel Bach entra para a orquestra como cravista.

Em 1740 Frederico II sobe ao trono e ordena a construção da Ópera em Berlim. A orquestra é renomeada como a Orquestra Real da Corte Prussiana e novos músicos são contratados e o conujunto agora tem cerca de 30 músicos da mais alta capacidade. Em 1743 é inaugurada a Ópera e a orquestra passa a ser residente. Até o final do século XVIII sua atividade é fervilhante, com destaque para um concerto em ajuda à viúva de Mozart em 1796 e a estréia do Oratório "A criação" de Haydn em 1799.

Em 1806 acontece a invasão napoleônica e o número de músicos é drasticamente reduzido. De 1820 a 1841 o compositor Gasparo Spontini será o diretor, trazendo de novo a orquestra ao padrão de excelência do século anterior. Em 1821 a orquestra participa da estréia da ópera "O Franco Atirador" no Schauspielhaus. Em 1829, Mendelssohn rege a orquestra na re-estréia, depois de 100 anos de silêncio, da "Paixão Segundo Mateus" de Bach. Em 1832 ele regerá a estréia de sua Sinfonia n. 5.

Em 1842 Spontini se desentende com Frederico Guilherme IV e é substituído por Meyerbeer como diretor. Mendelssohn, Wagner, Liszt e Otto Nicolai são nomes presentes regendo a orquestra nesse período. Em 1898 outro nome de peso é apontado como diretor: Richard Strauss. Em 8 de novembro de 1918, Strauss rege o último concerto no qual a orquestra aparece como "Real". Com a queda do Império Alemão, ela será chamada "Estatal" até os dias de hoje.

Durante o início do século XX teve como diretores artísticos verdadeiras lendas da regência: Wilhelm Furtwängler, Bruno Walter, Hermann Abendroth, Fritz Busch, Erich Kleiber. Este último entrou em 1923 para abandonar o posto em 1934 em solidariedade ao colega Otto Klemperer e outros músicos judeus, banidos da Ópera; eram os tempos nazistas e Kleiber se auto-exila em Buenos Aires. Em 1941 e 1945 a Ópera é bombardeada.

Após a Segunda Guerra, em 1947, a orquestra vai ser dirigida numa série de concertos de caridade em favor das vítimas judias sob a batuta de Furtwängler e tendo o violinista judeu Yehudi Menuhin como solista. Em 1951, Kleiber volta de seu exílio argentino e assume a Ópera novamente. Em 1955, ele vai protestar duramente com a atitude soviética de apagar o nome de Frederico II, fundador da Ópera, do frontão do prédio; novamente, e pede demissão. Até 1989, a orquestra vai perder brilho frente à sua rival capitalista, a Filarmônica de Berlim.

Em 1991 tem início a gestão de Daniel Barenboim, colocando-a novamente entre as melhores do mundo.

© RAFAEL FONSECA