(1868) GOUNOD Música de balé da ópera "Fausto"

Compositor: Charles Gounod
Número de catálogo: não tem
Data da composição: 1868
Estréia: 3 de março de 1869 — Opéra de Paris

Duração: cerca de 18 minutos
Efetivo: 1 flauta, 1 flauta-piccolo, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 4 trompas, 2 cornetas, 2 trompetes, 3 trombones, 1 tuba-baixo, tímpanos, pratos, bumbo, triângulo, 2 harpas e as cordas (primeiros-violinos, segundos violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Gounod concebeu seu "Fausto" na década de 1850 e a estréia se deu em 1859 no Teatro Lírico de Paris, sendo a música recusada pela Grande Ópera (o famoso Palais Garnier) por ser de temática muito soturna. Depois, com o sucesso da partitura, a principal casa de óperas de Paris reviu sua posição e Gounod foi chamado a re-estrear a obra em 1869 (após 10 anos de absoluto sucesso desde a estréia). Mas era necessário se render às normas da casa e rezava a prática que uma ópera deveria ser entrecortada por um balé, imposição à qual já haviam obedecido Verdi e Wagner. Para tal, Gounod criou a música de balé para ser inserida no terceiro dos 5 atos, que se divide em:

I. Les Nubiennes: Allegretto, Tempo di valse (Dança dos escravos núbios: Moderadamente rápido, em tempo de valsa)
II. Adagio (Confortavelmente)
III. Danse antique: Allegretto (Dança antiga: Moderadamente rápido)
IV. Variations de Cléopâtre: Moderato maestoso (Variações de Cleópatra: Moderado e majestoso)
V. Les Troyens: Moderato con moto (Os Troianos: Moderado com movimento)
VI. Variations du Miroir: Allegretto (Variações do espelho: moderadamente rápido)
VII. Danse de Phryné: Allegro vivo (Dança de Frinéia: Rápido e vivo)

É bem verdade que a adição da frívola música de balé nada acrescentou à ópera, que virá a se tornar a obra mais tocada no Palais Garnier em sua história. Mas essa música simples, deliciosamente descompromissada e melodicamente fácil criada por Gounod faz a alegria dos ouvidos menos exigentes e é freqüentemente apresentada em concerto pelas orquestras.

© RAFAEL FONSECA