Robert SCHUMANN

Robert Schumann

Zwickau, 8 de junho de 1810 — Endenich, Bonn, 29 de julho de 1856

Catálogo: Opus 1 - 148

Filho de um bibliotecário, Schumann interessou-se primeiro por literatura. Posteriormente vai estudar Direito em Heidelberg, mas abandona as leis para estudar música com o professor Friedrich Wieck em Leipzig, a partir de 1830.

Na casa de Wieck, se encanta por sua filha, a talentosa Clara. Um acidente com sua mão — da qual tentou seccionar os tendões para dar mais agilidade ao quinto dedo — arruinará sua carrerira de virtuose do piano. Ao saber do romance do pupilo com a filha, Wieck se torna o mais furioso dos inimigos. Após uma constrangedora batalha judicial, Robert Schumann se casa com Clara em 1841.

Inicia-se assim um prolífico período de criatividade, e Clara abdica de uma carreira meteórica para tornar-se dona de casa e mãe de 8 crianças. Escrevendo sobre música, Schumann dará generosos impulsos a outros artistas, sobretudo ao seu contemporâneo Chopin — com o artigo "Tirem os chapéus, senhores: um gênio!" — e ao jovem Brahms — apontado por seu texto como "A Nova Águia" — que será seu discípulo.

Sua obra foi sendo trabalhada como que por setores: até casar-se, mais as peças para piano; nos anos iniciais do casamento, mais obras sinfônicas, depois, as cameristas e ainda as vocais ou corais. A partir da década de 1850 foi sendo cada vez mais severamente atacado pela demência, cujo histórico familiar lhe preocupava.

A esta altura viviam em Düsseldorf, onde ele era diretor musical da cidade. Durante as crises, compunha obras imprestáveis, que depois destruía. Algumas de suas composições foram afetadas por esta condição (como o Concerto para violino, de 1853, que sofre de uma incoerência explicada pela saúde mental do autor). Em 1854, desesperado, atira-se no Reno congelado, mas um pescador lhe salva a vida. Tendo Brahms como um anjo-da-guarda ajudando Clara a cuidar da família e retomar a carreira, Schumann foi finalmente internado em Endenich (hoje um subúrbio de Bonn), para morrer em 1856 totalmente decrépito e irreconhecível. Teve na fidelíssima Clara uma defensora de sua obra: ela se tornaria a pianista mais respeitada na Europa depois de Liszt, e iria dedicar boa parte do programa de seus concertos e recitais à sua música.

© RAFAEL FONSECA

Catálogo Opus:
   
Op. 8 - Allegro
Op. 17 - Fantasia
Op. 18 - Arabescos
Op. 20 - Humorístico
Op. 22 - Sonata n. 2
Op. 44 - Quinteto com piano
Op. 54 - Concerto para piano
Op. 73 - Fantasias para clarineta e piano
Op. 82 - "Cenas da Floresta"
Op. 129 - Concerto para violoncelo
Op. 133 - "Canções do Amanhecer"
   

Obras em ordem cronológica:
   
(1831) Allegro opus 8
(1836) Fantasia
(1838) Sonata n. 2
(1839) Arabescos
(1839) Humorístico
(1842) Quinteto com piano
(1845) Concerto para piano
(1849) Fantasias para clarineta e piano
(1849) "Cenas da Floresta"
(1850) Concerto para violoncelo
(1853) "Canções do Amanhecer"