Gustavo Dudamel

Gustavo Adolfo Dudamel Ramírez

Barquisimeto, Venezuela, 26 de janeiro de 1981


Dudamel começou a aprender música ainda bem criança, com seu pai que já fazia parte do "El Sistema" (o revolucionário projeto social venezuelano que ensina música a jovens carentes em todo o país). Na sede deste projeto em sua cidade, passou a freqüentar as aulas de violino a partir dos 4 anos (ele queria o trombone, mas seus braços de menino não alcançavam o instrumento). Em 1996 começa a estudar regência e em 1999 — com 18 anos — é nomeado diretor artístico da Orquestra "Simón Bolívar" — à época ainda com o status de orquestra jovem — e passa ter como orientador José Antonio Abreu, o idealizador do "Sistema".

O início de sua fama internacional veio com o primeiro lugar no Concurso "Mahler" de regência em Bamberg, em 2004. Desde então, com o apoio de grandes artistas como Claudio Abbado e Daniel Barenboim, ele vem se apresentando à frente dos melhores conjuntos sinfônicos do mundo, sendo regularmente convidado a reger na Filarmônica de Berlim.

O posto de diretor musical da Orquestra "Simón Bolívar" ele mantém até hoje. De 2007 a 2012 foi o regente principal da Sinfônica de Gotemburgo (Suécia), tornando-se regente honorário desta orquestra em 2013; e desde 2009 ele é o diretor musical da Filarmônica de Los Angeles (Estados Unidos).

Dudamel tem um estilo de regência que vai na contra-mão da tendência atual — o freseado fluido, leve, rápido e algo volátil perpetrado por Abbado, Rattle ou Gergiev — produzindo uma sonoridade pujante, encorpada e forte, em andamentos mais solenes e arriscando por vezes a flutuação de tempo tão difícil de alcançar que outrora fora a marca de gênios como Furtwängler ou Mengelberg e que tinha até pouco tempo o argentino Daniel Barenboim como único defensor desse maneirismo. Dudamel é ousado, seguro e generoso. Sua postura no agradecimento de aplausos — esquivando-se do holofote e misturando-se à orquestra — demonstra uma grandeza bem mais bonita que o ego inflado de maestros de outrora. Dudamel é "o cara".

© RAFAEL FONSECA