FRASES

ALMA MAHLER:

— Certa noite, no verão de 1910, acordei sentindo que alguém me observava. Era Gustav Mahler que queria me dizer, naquele instante, que ia dedicar a mim a Oitava Sinfonia.
(sobre a Sinfonia n. 8 "dos Mil" de Mahler, na época em que Mahler preparava os ensaios da estréia da obra em Munique, enquanto Alma iniciava um romance com o jovem arquiteto Walter Gropius, 1910)


ARTHUR RUBINSTEIN:

— No mundo inteiro, quem pega uma gripe vai ao médico. Em Tel-Aviv eles vão para o meu concerto!
(o pianista, irritado com as tosses em seus recitais)



ARTHUR SCHOPENHAUER:

— A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende.
(do filósofo contemporâneo de Beethoven)



ARTURO TOSCANINI:

— Não sou nenhum gênio. Não criei nada. Toco a música de outros homens. Sou apenas um músico.
(do grande maestro, num momento de modéstia)



GEORGES BIZET:

— Eu prevejo um fracasso definitivo e sem esperanças.
(pouco antes de morrer, sobre sua ópera "Carmen")



HERBERT VON KARAJAN:

— Quando eu morrer, as pessoas vão se perguntar "Mas o que ele fazia? Podemos ouvir a música no disco, mas o que ele fazia?". Agora elas poderão ver, se quiserem.
(sobre seus registros em vídeo)

— Mahler costuma ser muito difícil para a orquestra. Primeiro, você deve, como diria um pintor, compor sua paleta. Ainda assim a dificuldade é grande e o perigo é que a música não seja bem executada e soe banal.
(sobre as Sinfonias de Mahler, das quais ele nunca chegou perto das número 1, 2, 3, 7 e 8)

— Eu vim só pra agradecer, e dizer que espero viver o bastante para reger a Marcha Fúnebre tão bem como você consegue.
(sobre a Sinfonia n. 3 "Eroica" de Beethoven, para OTTO KLEMPERER, 1950s)



IGOR STRAVINSKY:

— Eu gostaria de colocar todas as óperas de [Richard] Strauss em algum purgatório que punisse a banalidade triunfante.
(em entrevista a Robert Craft, 1952)

— Vivaldi é supervalorizado... um sujeito pouco brilhante que era capaz de compor a mesma forma muitas vezes.
(em entrevista a Robert Craft, 1952)



LEONARD BERNSTEIN:


— Quando eu estava com meus vinte e poucos anos, diagnosticam-me um enfisema, e já estou fumando há décadas. Disseram que se eu não parasse de fumar estaria morto antes dos 30. Depois, que estaria morto aos 45. E aos 55. Bem, parece que driblei o destino. Fumo, bebo, faço noitadas e dou minhas trepadas por aí. Estou superativo em todas as frentes.
(ao jornal USA Today em 1986, com 68 anos. Bernstein morreu em 1990 com 72)

— Richard Wagner, eu o odeio! Mas odeio de joelhos...
(o maestro, judeu, sobre o compositor, virulento anti-semita)


MARGARETH THATCHER:

— Invejo sua posição! As pessoas sempre fazem o que o senhor pede...
(da "Dama de Ferro", no auge do poder, a HERBERT VON KARAJAN)


MIKLÓS RÓZSA:

— Nunca pensei nisso... Além do mais, eu não faço foxtrotes.
(do maestro e compositor húngaro, em 1936, ao ser convidado para escrever música sinfônica para o cinema, sem saber direito do que se tratava)


MODEST MUSSORGSKY:

— O livre desenvolvimento, o desabrochar sem entraves de dons naturais que conservam suas raízes sadias e vigorosas me é muito mais simpático do que um adestramento escolar ou acadêmico.
(o compositor russo defendendo-se de não ter formação)


OSCAR WILDE:

— Posso assegurar a vocês que a máquina de datilografia, quando tocada com sentimento, não incomoda mais que um piano tocado por uma irmã ou alguma amiga da família.
(dos bons tempos em que havia um piano — que era tocado! — em cada casa)


OTTO KLEMPERER:

— Escutem... Iss não é Schubert! É um homem que se lembra de Schubert com muita nostalgia!
(do maestro que foi aluno de MAHLER, ensaiando obra dele com a Philharmonia em Londres)


PAULO FRANCIS:

— Deve ser o que Ulisses ouviu, amarrado ao mastro, quando as sereias cantaram.
(sobre MARIA CALLAS, em 1992)


PIOTR TCHAIKOWSKY:

— Mussorgsky faz charme com sua falta de cultura musical.
(comentando a frase do colega, acima)


RICARDO LABUTO GONDIM:

— É incrível como as fofocas correm. Volta e meia um crítico escreve sobre a discussão pública entre Glenn Gould e Bernstein antes da execução do Concerto n. 1 de Brahms em 6 de abril de 1962. É mentira, não houve discussão alguma. Bernstein expôs seu assombro diante da interpretação do pianista ao mesmo tempo em que lhe fez um elogio retórico – ainda assim, deselegante. Depois, Gould entrou sem dizer nada, sentou ao piano e juntos fizeram uma interpretação de beleza inquietante. Moral da história: poucas vezes no mundo da música um artista aceitou a oposição do outro com a nobreza fidalga – silenciosa e ao mesmo tempo eloqüente – de Glenn Gould naquela noite imperecível.
(sobre concerto de 1962 que existe em CD, em logoseletronico.com)


ROBERT SCHUMANN:

— Você também é músico?
(era o que o compositor costumava ouvir das pessoas que frequentavam os concertos de sua mulher, Clara)


THOMAS BEECHAM:

— Existem duas regras de ouro para uma orquestra: Começar junto, e terminar junto. O público não dá a mínima para o que acontece entre uma coisa e outra.
(do irônico maestro inglês)


ZUBIN MEHTA:

— O problema é que a música nunca foi o bastante para ele.
(sobre o colega HERBERT VON KARAJAN)