(1907) RACHMANINOV Sinfonia n. 2

Compositor: Sergei Rachmaninov
Número de catálogo: Opus 27
Data da composição: 1906/1907
Estréia: 8 de fevereiro de 1908 — em São Petersburgo, o próprio autor na regência

Duração: cerca de 60 minutos
Efetivo: 3 flautas (uma alternando com flauta-piccolo), 3 oboés (um alternando com corne-inglês), 2 clarinetas, 1 clarineta-baixo, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, 1 tuba, 1 glockenspiel, pratos, bumbo, tímpano e as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Dez anos antes de escrever esta Segunda Sinfonia, Rachmaninov havia passado pelo mais traumático episódio de sua vida: a estréia da Primeira Sinfonia fora um fracasso tão contundente que o compositor fechou-se ao mundo em depressão, perdeu completamente a libido criativa, e foi salvo depois graças a um tratamento de hipnose. Ao compor esta Segunda, vamos encontrar o autor tendo já superado esse trauma, estabelecido em Dresden com a família (para evitar os tumultos políticos que ainda culminariam na Revolução Russa) e vinha sendo reconhecido internacionalmente como grande pianista. É nesse clima de confiança e prosperidade que a obra é concebida.

São 4 movimentos:
   
I. Largo — Allegro moderato (Muito lento — Rápido moderado) — cerca de 20 minutos
II. Allegro molto (Rápido mesmo) — cerca de 10 minutos
III. Adagio (Com calma) — cerca de 16 minutos
IV. Allegro vivace (Rápido e vivo) — cerca de 14 minutos

Embora esta Sinfonia seja quase contemporânea do Concerto para piano n. 3 (de 1909), ela é muito mais "irmã" do Concerto número 2, pela qualidade das melodias, que aqui não se refratam — o que acontece no citado "Rach-3" — e sim são apresentadas de forma derramada, romântica, lembrando Tchaikowsky pela beleza das melodias, Sibelius pela expansão dos temas e com a marca inequívoca do autor pelo caráter de êxtase discreto e algo melancólico de suas idéias musicais. Rachmaninov atinge, também, a grandiosidade sinfônica que fora tão bem explorada antes dele por Mahler ou Bruckner, mas, ao contrário desses dois, ele nunca se desvia de seu fluxo melódico nem cria sobressaltos abruptos ou armadilhas dramáticas. Sua música aqui expõe-se como numa planície imensa, necessitando ser preenchida com harmonia e sentimento.

© RAFAEL FONSECA

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