(1866) BRUCH Concerto para violino n. 1

Compositor: Max Bruch
Número de catálogo: Opus 26
Data da composição: 1857 a 1866; depois re-trabalhado de 1866 a 1868
Estréias: 24 de abril de 1866 em Koblenz — Otto von Königslöw como solista e regência do autor
Estréias: (versão definitiva) 5 de janeiro de 1868 em Bremen — Joseph Joachim como solista e regência de Karl Martin Rheinthaler

Duração: cerca de 24 minutos
Efetivo: 1 violino solista;
Efetivo: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, e as cordas (primeiros-violinos, segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Única obra do autor a sobreviver no repertório, o Primeiro Concerto para violino de Bruch desfruta de imenso sucesso desde sua criação. Foi primeiramente estreado em 1866, mas Bruch viu a necessidade de re-escrever algumas partes, e para isso contou com o apoio do amigo Joseph Joachim — violinista-estrela daqueles tempos, para quem Brahms escreveria seu Concerto para violino uma década mais tarde — que estreou a versão definitiva em 1868. De fato, é música de altíssima qualidade, com passagens arrebatadoras. Para muitos, o mais belos de todos os concertos para violino.

Mas a celebridade através de uma única obra já incomodava o autor em vida, que passou a odiar o Concerto de tantos violinistas pedindo para tocá-lo. "toquem outro, há muitos por aí, tão bom quantos!" dizia Bruch, irritado. Hoje, não fosse este, Bruch estaria no esquecimento.

I. Vorspiel: Allegro moderato (Prelúdio: Rápido mas moderado) — cerca de 8 minutos
Como o título do movimento indica, ele se difere do usual primeiro movimento de Concertos, em geral a parte que contem os temas principais. Aqui, no caso, é um prelúdio, u movimento que prepara o ouvinte para o soberbo segundo movimento, que é tocado em seguida, sem interrupção. A introdução, bastante evocativa, já coloca o violino abrindo a obra com um tema sonhador, ao qual a orquestra responde com grandeza. Será apresentado ainda um segundo tema, tratado de maneira cuidadosa pelo violino, com acompanhamento radioso da orquestra.

— attacca:
II. Adagio (sem interromper: Com calma) — cerca de 8 minutos
Quando a atmosfera muda e percebemos estar no movimento lento, descobrimos que os temas até então apresentados eram derivados e serviram de degrau para a sublime temática deste Adagio, de uma inventividade e lirismo que provam a qualidade do compositor. É este o epicentro da obra, num recurso inteligente e inovador, neste compositor que passaria à história com conservador e retrógrado. Faz todo o sentido para a trajetória dramática do violino na obra que aqui se posicione o clímax, o que dá a este Concerto uma unidade no discurso musical única.

III. Finale: Allegro energico (Final: Rápido e enérgico) — cerca de 6 minutos
A conclusão da obra mantém a genialidade. Antecipando-se a Brahms, Bruch também emprega uma melodia de gosto húngaro (ou cigano) no final de seu Primeiro Concerto. Esta vigorosa passagem é rica pelo tema apresentado, pela exuberante orquestração, e pelo poder imenso de sua inventividade melódica, sem perder o lirismo, forte presença neste Concerto como um todo. E as exigências técnicas aqui são mais evidentes que no bloco precedente, dando, ainda, à platéia, o gosto de ver o solista como herói da travessia, chegando ao fim da missão superando inúmeros obstáculos virtuosísticos.

© RAFAEL FONSECA

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