(1791) MOZART Abertura "A Flauta Mágica"

Die Zauberflöte

Compositor: Wolfgang Amadeus Mozart
Número de catálogo: K 620
Data da composição: 1791
Estréia: 30 de setembro de 1791, no Freihaus-Theater auf der Wieden, Viena — Mozart dirigindo do teclado (baixo-contínuo)

Duração: cerca de 7 minutos
Efetivo: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos e as cordas (primeiros-violinos, segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

A última ópera de Mozart, "A Flauta Mágica", permanece hoje como um dos maiores sucessos em todos os teatros do mundo. Na verdade um singspiel (algo como um teatro cantado, mais fácil e aprazível, o musical da época), trata de temas fantásticos, figuras místicas e alegorias que remetem à Maçonaria, da qual Mozart fazia parte. A obra teatral consegue ser magistralmente dúbia, misturando temas fáceis e personagens engraçados com a mensagem moral edificante que o autor queria propagar. Tudo isso, pela primeira vez na história, num teatro popular, para pessoas mais simples, não na mais alta esfera da Corte.

A Abertura, cuja marcação de tempo é Adagio — Allegro (Com calma — Rápido) foi escrita por último, depois da ópera toda pronta, dias antes da estréia. Ela carrega em si todo esse universo, certa apreensão respeitosa na introdução lenta, e depois um único tema, misterioso e ao mesmo tempo alegre, que é tratado em fuga — as frases musicais se repetem logo após já terem começado, sobrepondo-se umas às outras — de forma genial, até a conclusão. 

Sabemos que Mozart vinha vivendo uma série de dificuldades, pessoais e financeiras, e sua saúde frágil o colheu deste mundo dias depois da estréia desta, deixando o Réquiem (que foi escrito ao mesmo tempo) incompleto. A possibilidade de falar a um novo público — as platéias de Viena estavam se desinteressando dele, ao passo que este palco suburbano tinha à sua frente gente que só queria diversão — junto ao discurso maçom, incutido na ópera, lhe deu novas forças e esperanças. A Abertura aqui é, ao mesmo tempo, nova, no sentido que expõe uma profundidade sincera, e por outro lado tradicional dentro de seu estilo criativo, já que leva ao ouvinte aquela harmonia apaziguadora e o sorriso inevitável que sua música proporciona.

© RAFAEL FONSECA

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