(1785) MOZART Concerto para piano n. 21

Compositor: Wolfgang Amadeus Mozart
Número de catálogo: K 467 / K-6 467
Data da composição: de fevereiro a 9 de março de 1785
Estréia: 10 de março de 1785, em Viena, no Teatro Nacional da Corte — Mozart no piano e regência

Duração: cerca de 30 minutos
Efetivo: piano solista; 1 flauta, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpano e as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

No dia 11 de fevereiro de 1785, Leopold Mozart chega a Viena a tempo de testemunhar o filho na estréia de seu Concerto anterior, o número 20, o mais sombrio de todos os Concertos de Mozart. Foi a época na qual Mozart mais produziu, encomendas chegavam a todo tempo, e as então chamadas Academias — o que hoje se entende como a apresentação de concerto — eram importantes para que ele brilhasse como virtuoso do teclado. 

Então ele escreve, rapidamente, o Concerto 21, numa atmosfera completamente diferente da do número 20, muito mais gracioso e leve. Embora numa imensa correria, nada nessa obra faz suspeitar da urgência de sua composição. Mozart terminou a partitura um dia antes de apresentar a música ao público, e o rigoroso Leopold foi às lágrimas nesta tarde, ao ver a ovação recebida pelo filho, mas principalmente por experimentar o milage de sua música.

I. Allegro maestoso (Rápido e majestoso) — cerca de 14 minutos
Como que sorrateira, a orquestra entra sem alarde, como alguém que vai pregar uma peça, fazer uma brincadeira. Os luminosos temas se sucedem com enorme facilidade. O piano, ao entrar, refaz o clima de diversão. Mozart expressa aqui seu prazer ao tocar — e com que facilidade o fazia! — e tudo se sucede com tal naturalidade, como se cada coisa estivesse em seu lugar por ordem divina.

II. Andante (A passo de caminhada) — cerca de 8 minutos
Aqui um dos momentos mais tocantes de toda a obra de Mozart, um trecho que se tornou célebre pelo uso no filme "Elvira Madigan". Um motivo simples, cadenciado, de inebriante beleza. Num primeiro trecho, o tema está por conta dos violinos, suportados pela orquestra, num desenho expansivo, doce e quase triste; na apresentação do segundo tema, o oboé reforça os violinos. Disso sai a segunda parte desse movimento, quando a pulsação das cordas é substituída pelas notas graves do teclado. Logo o piano desenvolve o tema de maneira sonhadora. Novas melodias derivam-se do tema principal, em inventividade e beleza sem limites.

III. Allegro vivace assai (Rápido e bem vivaz) — cerca de 7 minutos
O finale mantém o clime de inventividade, o caráter imporovisatório — como se o solista estivesse criando na hora — e o diálogo entre piano e orquestra é bastante dual, com um toque de graça herdado das óperas bufas do compositor no período. Ao chegar ao fim desta obra, tudo o que sobra, quando a música silencia, é luz! 

© RAFAEL FONSECA

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